Quem cuida de quem cuida? Precisamos falar sobre saúde mental em todas as fases da maternidade.
Você já parou para pensar em quem está cuidando de quem cuida?
Essa reflexão se aplica muito bem quando falamos de maternidade.
Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), as mulheres estão mais propensas a apresentarem transtornos como depressão e ansiedade do que homens. Isso porque, além das funções hormonais femininas, elas também estão à margem de questões sociais de vulnerabilidade e risco.
Vamos entender por que o cuidado com a saúde mental na maternidade é tão importante.
Quem cuida de quem cuida?
Cada momento da maternidade é diferente para cada mulher. Da descoberta da gravidez até a rotina de cuidados, toda experiência é única. Por isso, um dos primeiros passos para uma maternidade saudável, é o autoconhecimento.
Entender sua rotina, suas vontades e saber como lidar com seus sentimentos podem ser fatores decisivos do dia a dia materno. Para ajudar nesta jornada, uma nova vertente da psicologia tem ganhado cada vez mais força. É a psicologia perinatal, também chamada de psicologia da maternidade ou obstétrica, que visa cuidar da saúde mental da mãe, funcionando como um pré-natal emocional.
Por meio do acompanhamento da mulher em qualquer fase da jornada materna (da gravidez ao puerpério), o profissional especialista na área é capaz de conduzir os desafios, novidades, anseios e alegrias do maternar com mais bem-estar e saúde.
Neste trabalho com a mãe, é possível identificar medos, trabalhar na necessidade de apoio e encontrar riscos que podem desestabilizar a mulher, tornando mais fácil, assim, prevenir ou cuidar de possíveis transtornos.
Cada maternar é único:
Existem diversos fatores que diferenciam uma experiência da outra na maternidade, sejam eles internos (questões psicológicas de cada mãe) ou externos (classe social e trabalho, por exemplo).
Alguns pontos que podem ser trabalhados durante o pré-natal emocional são:
Complicações na gravidez;
Solidão na maternidade;
Perda do bebê;
Nascimento prematuro do bebê;
Sobrecarga materna;
Violência obstétrica;
Gravidez não planejada;
Medos e inseguranças como mãe;
É fundamental entender que em cada jornada materna, a forma de lidar com esses desafios será diferente. Além dos fatores de estresse, é necessário levar em consideração a realidade sociocultural da mãe e as demandas da rotina de cada uma.
Algumas mulheres precisam lidar com ambientes domésticos hostis ou encontram dificuldades para conciliar a maternidade e o trabalho, enquanto outras, possuem mais recursos para cuidados, mas ainda assim, lidam com sentimentos turbulentos que geram sentimentos como sensação de incapacidade ou desapego ao bebê, que podem acarretar em culpa, e uma série de outros fatores.
É fundamental falar de todas essas nuances sem pudores e julgamentos, em um espaço seguro e profissional, que ajude a mãe a se entender e encontrar vias para solucionar os desafios. Este o papel do profissional em psicologia perinatal.
Expectativas e pressão:
A maternidade como um todo pode gerar muitas expectativas, desde muito antes da concretização. Isso vem de diversos pontos: cobranças familiares, imposição da sociedade, retratação da maternidade na mídia e até nossos próprios ideais, que nem sempre se realizam.
Quando dizemos que “saúde mental na maternidade é um assunto de todos”, estamos alertando para o cuidado familiar, dentro do ciclo social, a responsabilidade parental e afetiva de um possível parceiro e até mesmo a luta por direitos trabalhistas que tornem mais saudável a relação entre a mulher, a maternidade e o trabalho.
Falar sobre saúde mental na maternidade é buscar diminuir a pressão sobre os ombros desta mãe, entender suas necessidades e alinhar expectativas e realidade.
O que é a rede de apoio?
Um termo que tem ganhado força nos últimos anos, a “rede de apoio” nada mais é do que aquele grupo de pessoas que ajuda a mãe no processo da maternidade, seja realizando trabalhos domésticos, ajudando com o bebê, aprendendo sobre o parto ou o puerpério junto a ela ou simplesmente oferecendo suporte emocional.
É importante lembrar que o pai não é considerado rede de apoio, mas ferramenta funcional direta, importante e obrigatória durante todo o processo do maternar. Afinal, o cuidado com o bebê é responsabilidade de ambas as partes, e por isso, essa atenção perinatal durante as fases mais delicadas da maternidade é uma questão parental, e não apenas materna.
Isso também ajuda a mulher a aliviar suas pressões e entender que, para além da dupla de pais, contar com uma rede de apoio faz toda a diferença. E quando não é possível, a psicologia da maternidade também está aqui para nos ajudar a atravessar os desafios.
Aos poucos, transformamos o acesso à saúde mental na maternidade mais democrático, para que mais mães se sintam acolhidas.
Para saber mais sobre maternidade e cuidado emocional, acompanhe nossos vídeos na TV Hellas:
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