Diálogo em Família: Desenvolvendo a conversa entre pais e filhos
- Espaço Hellas
- 22 de out.
- 4 min de leitura

Muito se fala sobre o conceito de “pais de primeira viagem” quando um filho está para chegar. Como cuidar do bebê? Como identificar as necessidades? Quando introduzir a alimentação, a independência, melhorar a autonomia? São questões comuns à grande maioria dos novos papais e mamães.
No entanto, passada a fase dos primeiros meses, começam novas descobertas e, com elas, perguntas, desafios e mudanças rápidas demais. Quando um bebê se torna criança, muitos pais precisam se reaprender e reavaliar suas rotinas para acolher um ser que agora tem opiniões, questionamentos e novas necessidades, que podem guiá-lo por toda a vida.
Assim, chegam novos aprendizados, e o diálogo pode ser ferramenta fundamental para que este processo seja leve.
A importância do diálogo:
É errado da nossa parte pensar que as crianças não entendem. Muitas vezes, não damos a elas as ferramentas necessárias para “entender”.
Quando damos abertura para que nossas crianças falem, e as escutamos de fato, somos capazes não apenas de conhecê-las, mas também de entender suas verdadeiras necessidades, frustrações e até mesmo nossos erros e acertos como pais.
Imagine a seguinte situação: Seu filho quer ficar acordado até tarde, mas tem escola no dia seguinte. Quando você proíbe sem explicações, causa mais frustração e revolta. Por outro lado, quando você se dispõe a explicar os motivos destes limites impostos, talvez ainda gere frustração e raiva, mas também dá abertura para uma troca onde um entende o lado do outro, e expõe para ele desvantagens sobre essa “quebra de regras” que talvez ele ainda não tenha processado sozinho.
Falamos mais sobre isso neste episódio do Sessão em Grupo:
Momentos em família:
Para que exista o diálogo é fundamental abrir espaço para ele.
Não é possível exigir das crianças algo que não cultivamos. Estabelecer uma relação sólida parte da busca por momentos juntos.
Estes momentos devem ser de qualidade, e ter como objetivo claro “passar tempo juntos”. Isso significa que, além daqueles momentos em que você ajuda a criança a se arrumar para a escola, serve o almoço ou a coloca para dormir, também é necessário criar momentos exclusivos para a conexão. Alguns bons exemplos são:
Hora da leitura, abordando temas de livros sobre os quais vocês possam refletir juntos;
Dia do filme, criando uma tradição que pode ser mais espaçada, caso seja difícil conciliar as rotinas. Uma vez por mês, por exemplo;
Roda de conversa, que pode ter o intuito único de desabafar, combinar e descobrir coisas uns sobre os outros;
Hora dos jogos, trazendo conexões e aprendizados como colaboração, altruísmo e confiança.
Todos esses exercícios facilitam a conexão familiar e são porta de entrada para pais e responsáveis que têm dificuldade com o “brincar” espontâneo.
É claro que cada família tem a sua rotina e os seus desafios. Por isso, é ideal saber adequar esses momentos à sua realidade.
Na TV Hellas, já indicamos jogos e filmes para aproveitar com os seus pequenos. É só conferir aqui.
Eles precisam mesmo das telas?
É claro que as novas gerações vão acompanhar a modernidade e as ferramentas que ela possibilita. Hoje, crianças possuem celulares e acesso a aplicativos cada vez mais cedo.
No entanto, é quase unânime entre os especialistas de desenvolvimento infantil que o uso de telas deve ser controlado, mínimo e, de preferência, reservado para a idade mais avançada possível.
Sabemos que é difícil “competir” com os amiguinhos da escola que já têm celular e jogam horas por dia. Muitas vezes, é preciso lidar com o famoso: “Mas a mãe do fulano deixa!”
Até mesmo nessas horas, o diálogo se faz importante, para que a criança possa se expressar sem que neguemos a ela o direito de saber e entender por que aquilo não se adequa à realidade dela.
É um exercício constante, mas é possível chegar a um consenso. Em nosso Especial de Dia das Crianças da TV Hellas, deixamos a palavra com quem mais entende das suas próprias questões: as crianças. E elas deram respostas surpreendentes, que talvez mostrem que elas sabem muito bem a importância que tem praticar outras atividades, estar em contato com a natureza, a leitura e os amigos. Vale a pena ver:
Nosso exemplo enquanto adultos e pais:
Em nosso Especial de Dia das Crianças, ficou claro que os pequenos se espelham naqueles que têm como referência. O uso das telas, por exemplo, é um grande ponto a ser observado, pois como dizer às crianças que o vício em telas é prejudicial, se nós mesmos nos encontramos (e somos percebidos por eles) como viciados?
Quando os pais se dispõe a criar uma rotina mais benéfica em família, a dialogar sobre seus sentimentos, a entender as verdadeiras necessidades da casa, as crianças acabam se adaptando mais facilmente às regras, mudanças e alternativas saudáveis.
Por isso, também precisamos conhecer a nós mesmos, e cuidar de nossas próprias escolhas, para saber guiá-los da melhor maneira.
O que as crianças querem?
Quando paramos para conversar com as crianças percebemos que, ainda que existam conflitos geracionais e que eles tenham um acesso à tecnologias que nem imaginávamos, crianças ainda são apenas crianças. Eles também querem atenção, cuidado, brincadeiras ao ar livre, amigos, animais e imaginação.
Ao criarmos um ambiente seguro para que eles se expressem, brinquem e aprendam, estamos, com certeza, criando adultos mais seguros, espertos e independentes.
O medo de errar é comum, mas quando estamos dispostos a fazer o nosso melhor, percebemos que o caminho é longo, mas traz frutos. E no fim das contas, assim como eles, estamos sempre aprendendo.






